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Bordado da Casa Meyer se torna patrimônio imaterial de Blumenau

A Casa Meyer foi uma das primeiras lojas de Blumenau. Fundada em 1903, por Ricardo Meyer, filho de imigrantes alemães, comercializou produtos típicos da região por quase um século. Em seus primeiros anos, a loja comercializava desde louças, roupas e sapatos, até ferramentas e ferragens. Posteriormente, concentrou-se na comercialização de porcelanas, cristais e bordados.

Parada obrigatória para quem queria levar alguma lembrança da cidade, a Casa Meyer era um conhecido ponto turístico na Rua XV de Novembro e um tradicional local no comércio da cidade, vendendo produtos da região do Vale do Itajaí. Em relação aos produtos comercializados, o destaque ficava para as toalhas bordadas artesanalmente. A produção da técnica iniciava na loja com a confecção dos moldes. Já o risco era passado para a toalha e depois bordado de acordo com a escolha do cliente, sendo feito de forma descentralizada por 30 bordadeiras da região, cada uma na própria casa.

Em 2015, a prefeitura de Blumenau em parceria com o Sebrae desenvolveu cursos de capacitação para resgatar a técnica e garantir que ela não se perdesse ou fosse esquecida com o tempo. Atualmente, os produtos com bordado Casa Meyer podem ser encontrados em lojas no Parque Vila Germânica.

Como forma de resgate e valorização da cultura local, o novo traje da realeza da 37ª edição da Oktoberfest Blumenau, idealizado pela estudante de moda da Universidade Regional de Blumenau (Furb), Maria Eduarda Hornburg, utiliza a técnica de bordado Casa Meyer. O modelo foi escolhido por votação popular em outubro de 2021 com 383.650 mil votos, através de um concurso realizado pela prefeitura de Blumenau, por meio da Secretaria de Turismo e Lazer e Parque Vila Germânica em parceria com a NSC Comunicação.

Patrimônio por Lei

Desde o dia 20 de maio de 2022, a técnica bordado Casa Meyer é considerada patrimônio imaterial de Blumenau. A celebração da sanção da lei aconteceu por meio de um ato na Secretaria de Cultura e Relações Internacionais, em evento aberto ao público, com direito a uma pequena exposição de produtos e presença de pessoas que aprenderam a técnica com a família Meyer. A conquista veio por um projeto de lei proposto pela vereadora Cristiane Loureiro.

Segundo o secretário de Cultura, Rodrigo Ramos, as questões de patrimônio imaterial estão intimamente ligadas aos saberes e fazeres desta tradição. Na questão do bordado da Casa Meyer, que nasceu lá no início do século XX, trata-se de uma técnica com bordados únicos que inicialmente eram feitos por homens e depois passaram para a produção em massa pelas mãos das mulheres. Tudo isso transmitido no município através da Casa Meyer, que hoje representa grande importância cultural para a cidade.

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