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Aberta a 1ª Temporada de Exposições do MAB

1ª Temporada de Exposições do MAB – Ano 2023

A Secretaria Municipal de Cultura e Relações Institucionais (SMC) abriu no dia 9 de março, a primeira temporada de exposições do ano do Museu de Arte de Blumenau (MAB). A mostra reúne obras do acervo do museu e das artistas selecionadas no edital. Santa Catarina estará representada por Rosina de Franceschi e Débora Anacleto; de São Paulo participa Arlette Kalaigian e do Paraná, Cida Sanchez.

A noite contará com a tradicional conversa com os artistas expositores e curadores, apresentação musical, declamação de poema e lançamento dos livros “Fragmentos Históricos – volume 1 – Colônia Blumenau”, de autoria de Angelina C.R. Wittmann; “A Família do Sr.Lagarto”, de Edla Zim e “Ayana, Menina Flor”, autoria de Tânia Maria da Silva. “Nossa intenção nessa temporada é fazer uma homenagem às mulheres artistas e escritoras, visto que a mostra abre um dia após 8 de março, Dia Internacional da Mulher”, observa a gerente do MAB, Mia Ávila.

Serviço

1ª Temporada de Exposições no MAB

Período de visitas: até 23 de abril , de terça-feira a domingo, das 10h às 16h

Visitas mediadas: com agendamento pelo telefone (47) 3381-6176

Classificação indicativa de idade: Livre

Entrada gratuita

O que ver

Sala Roy Kellermann: Linha, cor, ação (Acervo do MAB)

A exposição reúne trabalhos de 14 mulheres de renome nacional e internacional, que integram o acervo do Museu de Arte de Blumenau. Encantam com suas obras de arte, realizadas entre o final do século XX e início do século XXI. Destas artistas, 12 são gravadoras que apresentam Serigrafias, Litografias e Gravura em Metal, impressas sobre papel. Duas são pintoras que desenvolvem suas produções em óleo sobre tela. A exposição disponibiliza 17 gravuras que evidenciam a riqueza e a importância da produção artística de mulheres gravadoras, tanto para a história da arte, como em especial para a história da gravura no Brasil. São obras que representam o processo evolutivo e transformador da arte de gravar, o contexto vivido na época, assim como a inserção da mulher no âmbito da arte. É uma síntese do que foi produzido por elas ao longo das últimas três décadas. Da mesma forma, são expostas duas pinturas valiosas de artistas que abordam a temática da mulher, com ênfase no figurativo.

Galeria Municipal de Arte/Sala Alberto Luz: Rosina de Franceschi , narrativas de si, de mim, de nós, um percurso de 40 anos

Para celebrar estas quatro décadas de produção artística, esta mostra foi pensada de forma não linear e sim destacando as principais séries e movimentos que marcaram anos distintos da trajetória da artista. Para a mostra foram selecionadas 15 obras que revelam três modos de produção e apresentação: a fase abstrata em sua maioria composta de obras premiadas na década de 1990, a fase figurativo-abstrata que marcou os anos 2000 e a última fase, Clarice e Eu (2014 em diante), na qual a artista conduz um diálogo poético com Clarice Lispector trazendo para estas obras textos e frases cruzadas de suas metáforas oriundas das leituras da obra Uma aprendizagem ou o Livro dos prazeres (Lispector 1998), acrescidas das vivências e interpretações da artista. Peças em tecido transparente também serão apresentadas fazendo referência ao suporte que a artista vem trabalhando, paralelamente, nos últimos 30 anos.

Sala Pedro Dantas: Onde o rio encontra o mar

Esse é o título que Arlette Kalaigian escolheu para uma série de trabalhos recentes, por sua poética visualidade que remete a cenas em inúmeras praias brasileiras. A água doce adentra levemente o mar, formando pequenas ondas, e se perde na imensidão da água salgada. Quando há pedras nesse percurso, o que geralmente acontece, a beleza é ainda maior. Elas podem vir rolando e se desgastando ao longo do caminho até chegarem à praia, ou se tornarem grandes obstáculos, mudando a rota do rio. A metáfora com a vida é inevitável. A semelhança do corpo humano com as formas da natureza é um fato: fazemos parte dela. Isto é notável na produção apresentada nesta exposição onde a paisagem pode ser o corpo da artista e vice-versa. Assim como a água doce do rio se mistura no mar, a artista se mescla na natureza. A série de pinturas em preto, branco e cinza apresenta formas inspiradas em pedras, elementos da natureza utilizados como marcos de territórios, amuletos, e na construção de casas desde os primórdios da humanidade. Delas vêm o título que a exposição toma emprestado:  Onde o rio encontra o mar, vislumbrado pela artista após uma recente viagem a Florianópolis.

Sala Elke Hering: O velado e o revelado, de Cida Sanchez

Durante a pandemia, as pessoas buscaram se conectar com a natureza para encontrar alternativas e fugir do estresse e da ansiedade. Como artista, durante esse período se manteve ao lado da pintura que a fez entrar em conexão com a natureza que estava ao seu redor. A clausura a tornou uma pessoa mais atenta ao que a rodeava, revelando dessa forma o que estava velado aos seus olhos, mas estava sempre por perto. Uma conexão com a natureza durante a pandemia foi o fator fundamental para inspiração das obras. A pintura com tinta acrílica acompanha a artista por muitos anos e recentemente acrescentou outros materiais às técnicas como cimento, cal, impressos, pó de mármore, tinta acrílica e, além da tela, o papel como suporte.

Galeria do Papel: Mulheres Cansadas, de Débora Anacleto

Em parte de seu texto, Celaine Refosco, curadora da exposição comenta: “As Mulheres Cansadas, de Débora Anacleto, são expressão exemplar da reação de uma mulher ao reconhecer-se mulher e ao dar-se conta das próprias sensações e emoções ao descobrir-se cansada, muito cansada. Débora é designer gráfica, com uma grande porção de si mesma dedicada à arte, dona de uma capacidade de expressar as próprias emoções em papel e de construir entendimento a partir das imagens que elabora, inicialmente para si.” Nas palavras dela “… a carga que vem de antes da nossa geração, ainda paira sobre nós, mesmo sendo independentes, interessantes, e tantas outras coisas, as mulheres ainda têm um papel de compreender as piores atitudes e aceitar tudo caladinhas, doando até o que não têm, e assim, acabamos em tais situações.” Num processo lento e profundo de conscientização de si e de suas circunstâncias, usou a arte como processo íntimo para revisão, reflexão e construção de entendimento e expressão pessoal.  A exposição Mulheres Cansadas, permitirá ao observador entender a aparência gráfica das emoções, reconhecê-las em si mesmo, provocar reflexão sobre as causas de tal cansaço, e quem sabe, buscar entender mais a respeito e encontrar novas posições de equilíbrio na dinâmica da história em andamento, e como a artista, optar por exercitar-se em sua melhor versão: “Lutar para ser minha máxima potência”

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